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24/07/2024 - À frente do G20, Lula convoca mobilização contra a fome

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera engajar, nesta quarta-feira (24), no Rio de Janeiro, os países do G20 na luta contra a fome no mundo, antes de uma reunião de ministros das Finanças do grupo.

O encontro dos grandes tesoureiros do G20, na quinta e na sexta-feira, será uma das últimas etapas-chave antes da cúpula de chefes de Estado e governo, em 18 e 19 novembro, também no Rio.

"A luta contra a desigualdade, o combate à fome, a luta contra a pobreza é uma luta que não pode ser feita por um país. Ela tem que ser feita pelo conjunto dos países que estão dispostos a assumir essa responsabilidade histórica", afirmou Lula na segunda-feira durante uma entrevista com agências internacionais em Brasília.

Sob esta ótica, o presidente vai lançar, nesta quarta-feira, a "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza", uma das principais iniciativas da presidência brasileira do G20.

O desafio é enorme.

Segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a fome não diminuiu em 2023 e afetou 733 milhões de pessoas, mais de 9% da população mundial, devido à persistência de guerras e dificuldades econômicas e à mudança climática.

Lula ganhou credibilidade internacional sobre o tema graças aos programas sociais que permitiram que milhões de brasileiros saíssem da pobreza em seus dois primeiros mandatos (2003-2010).

A "Aliança" visa a encontrar recursos financeiros comuns para o combate à fome ou replicar iniciativas que funcionem localmente. 

- Taxação dos super-ricos -

Após uma primeira reunião em fevereiro passado, em São Paulo, os ministros das Finanças do G20 devem também tentar avançar na ideia de uma taxação dos "super-ricos", outra prioridade anunciada pelo governo brasileiro.

Apoiada por França, Espanha, África do Sul, Colômbia e União Africana, a iniciativa prevê taxar as maiores fortunas tendo como base os trabalhos do especialista francês sobre desigualdades Gabriel Zucman, autor de um relatório publicado em junho a pedido do Brasil.

"As negociações estão indo bastante bem", afirmou na terça-feira a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.

Mas "não há nenhum consenso até o momento", reiterou o ministério das Finanças alemão.

Os Estados Unidos se opõem às negociações internacionais sobre o tema, como a secretária do Tesouro, Janet Yellen, lembrou durante uma reunião do "G7 Finanças" em maio, na Itália. Eventuais impostos deste tipo "quase certamente variarão consideravelmente" de um país para outro, segundo um alto funcionário de sua administração.

O ministério da Economia francês, à frente do projeto juntamente com o Brasil, quer acreditar, por sua vez, que "uma primeira etapa pode ser alcançada de forma rápida" no que diz respeito à troca de informações entre os Estados.

Enquanto isso, os países-membros do G20 querem tentar avançar no tema do sistema fiscal das multinacionais, cerca de três anos depois da assinatura de um acordo por cerca de 140 países. As negociações patinam sobre a forma de tributar as multinacionais digitais onde estas exercem suas atividades.

- Comunicados separados -

Com o G20 estagnado por divisões entre os países ocidentais e a Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, a questão de um comunicado comum é delicada. 

Após a última reunião de ministros das Finanças do grupo, em fevereiro, eles tropeçaram em um "impasse", nas palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

De acordo com Brasília, as questões geopolíticas não entrarão no comunicado final previsto para sexta-feira à noite, mas serão mencionadas em uma nota separada da Presidência brasileira.

"A expectativa é que todas as reuniões ministeriais, daqui para diante, possam emitir declarações, documentos ministeriais com um adendo, ou seja, documentos que não precisarão ter um parágrafo sobre o tema geopolítico, mas terão separado uma declaração da presidência com um texto que já foi acordado em todos os países", explicou o responsável brasileiro das negociações do G20, Mauricio Lyrio.

O Brasil trabalha para emitir três declarações finais, sendo uma dedicada exclusivamente à cooperação internacional em questões tributárias, que incluiria impostos sobre as grandes fortunas, explicou Rosito.

Fundado em 1999, o G20 reúne a maior parte das principais economias mundiais, assim como a UE e a União Africana. Em um primeiro momento, sua vocação foi econômica, mas cada vez mais vem se ocupando de temas quentes da atualidade mundial.

FONTE: UOL

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