15/05/2019 - Dólar toca R$4,02 pela 1ª vez no ano com dados fracos de China e EUA
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia ante o real nesta quarta-feira, tendo superado o patamar de 4,02 reais pela primeira vez no ano, em meio à renovada aversão ao risco após a divulgação de dados fracos sobre a economia chinesa e queda inesperada nas vendas no varejo dos Estados Unidos em abril. O dólar ganhou impulso com dados mais fracos da China e dos EUA, enquanto os dois países seguem envoltos numa guerra comercial que coloca em risco o ritmo da atividade econômica mundial. Mas a cotação saiu das máximas do dia após autoridades do governo dos Estados Unidos afirmarem à Reuters que o presidente norte-americano, Donald Trump, deve adiar a decisão sobre tarifas de carros e peças importados em até seis meses, o que ajudaria a amenizar tensões comerciais. Às 12:17, o dólar avançava 0,61%, a 4,0002 reais na venda Na máxima do pregão, o dólar à vista bateu 4,0225 reais, ganho de 1,17%. Na B3, o dólar futuro ganhava cerca de 0,6% neste pregão, também fora dos picos da sessão. Na véspera, a moeda norte-americana encerrou com variação negativa de 0,09%, a 3,9758 reais na venda. "A frustração das expectativas faz preço e se soma ao cenário de alta tensão no âmbito comercial, alimentando a falta de 'coragem' de investidores em ensaiar uma recuperação mais expressiva dos principais ativos de risco globais após delicadas sessões recentes", disse a corretora H.Commcor em nota. Do lado doméstico, o mercado segue monitorando o noticiário político em dia que deverá ser marcado por manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro devido a cortes nas verbas das universidades públicas. No fim da terça-feira, parlamentares da oposição e do centrão se uniram e conseguiram aprovar uma convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que deverá ir à Câmara para explicações sobre o contigenciamento. "Toda a história com o ministro da Educação, com a possibilidade de greve por conta do corte no MEC e a decisão unânime da Câmara em chamá-lo sugere mais um ponto de fraqueza do governo", afirmou a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte. Bolsonaro e alguns de seus ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, viajam aos Estados Unidos nesta quarta-feira. O Banco Central vendeu nesta quarta-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em dez operações, o BC já rolou 2,525 bilhões de dólares, de um total de 10,089 bilhões de dólares a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de 68,863 bilhões de dólares.
FONTE:
UOL