04/10/2018 - Crise argentina afeta exportações de veículos, e produção brasileira despenca em set
O Brasil deve amargar uma redução de 8,6% nas exportações de veículos neste ano por conta da crise na Argentina, previu nesta quinta-feira (4) a entidade representativa das montadores brasileiras. A previsão é que o Brasil exporte este ano 700 mil veículos, ante estimativa no início do ano de embarques de mais de 800 mil unidades, disse a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Várias de nossas empresas estão ajustando suas produções para a nova realidade das exportações, que é muito menor do que estávamos esperando no começo do ano", disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale, a jornalistas, após divulgar dados do setor para o mês de setembro. "A Argentina representa 70% de nossas exportações e, no mês passado, a Argentina foi responsável por 50%. Esperamos que as medidas que o governo de lá está tomando permitam à Argentina equacionar as suas dificuldades. Isso é muito importante para nós no Brasil", acrescentou. O executivo afirmou ainda que, além da Argentina, o México reduziu muito as importações do Brasil. "Estamos com queda acumulada neste ano de 50% ante o mesmo período do ano passado." Com a queda nas exportações, a produção de veículos no Brasil caiu 23,5% em setembro ante agosto, para 223,1 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Anfavea. Na comparação com setembro de 2017, a produção teve queda de 6,3%. Com o resultado, no acumulado de janeiro a setembro, o volume produzido alcançou 2,19 milhões de unidades, 10,5% acima do total montado no mesmo período do ano passado. Os licenciamentos de veículos novos no mês passado caíram 14,2% ante agosto e avançaram 7,1% na comparação anual, para 213,3 mil unidades, segundo os dados da entidade. As vendas nos nove primeiros meses do ano somaram 1,85 milhão de veículos, 14% a mais que o registrado um ano antes. As exportações de veículos e máquinas agrícolas em setembro somaram US$ 990 milhões, queda de 23,6% ante agosto e de 28,6% sobre um ano antes.
FONTE:
UOL