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11/12/2007 - Tens?o com CPMF descola mercados

S?O PAULO - O mercado financeiro est? pessimista a respeito da vota??o da emenda que prorroga a CPMF. O temor de surgimento de uma crise fiscal provocou ontem um descolamento em rela??o ? Wall Street. Enquanto os preg?es americanos operaram em um clima de tranq?ilo otimismo , j? conformados com a expectativa consensual de que o Federal Reserve (Fed) ir? cortar hoje o juro de curto prazo em apenas 0,25 ponto, os segmentos dom?sticos trabalharam sob tens?o e baixa liquidez. Nem a garantia do presidente interino do Senado, Ti?o Viana (PT-AC), de que a emenda ser? votada impreterivelmente hoje, pois o governo j? conta com os 49 votos necess?rios para aprov?-la, abrandou a inquieta??o.

A Bovespa, ao cair 0,29%, para 65.445 pontos, ignorou a valoriza??o de 0,74% registrada pelo ?ndice Dow Jones. O d?lar desprezou a queda de dois pontos sofrida pelo risco-pa?s, para 202 pontos-base, e a diminui??o da avers?o externa ao risco - que permitiu ao juro do t?tulo de 10 anos do Tesouro americano subir de 4,1058% para 4,1461% - e fechou em alta de 0,39%, cotado a R$ 1,7680. Mas foi o mercado monet?rio o que se mostrou mais assustado com a possibilidade de a CPMF acabar. Num momento em que os ?ndices sobre a infla??o presente surpreendem negativamente e em que as expectativas de IPCA s?o revistas para cima, s? haveria uma maneira de o Banco Central combater o impacto negativo sobre a infla??o produzido por um afrouxamento fiscal: a eleva??o da taxa de juros b?sica.

Em fun??o desse receio, os investidores n?o querem assumir posi??es prefixadas ( " vendidas em taxa " ). Essa rejei??o ao pr? acentua a inclina??o positiva da curva futura de juros, de tal forma que quanto mais distante o vencimento do contrato maior a taxa por causa da incerteza. At? o primeiro semestre do ano, por for?a da liquidez abundante e da pouca aten??o dada ? ?poca aos sinais de crise no setor imobili?rio americano, a estrutura a termo de juros tinha desempenho inverso, ou seja, francamente negativa.

Os contratos que mais subiram ontem no mercado futuro da BM & F foram os de vencimento mais long?nquo. Enquanto a taxa para janeiro de 2009 subiu 0,10 ponto, para 11,66%, o CDI previsto para janeiro de 2010 avan?ou 0,13 ponto, a 12,47%. Os tesoureiros se mostram decepcionados com a aus?ncia de um Plano B, a ser colocado em pr?tica caso fracassem os esfor?os governamentais para a aprova??o da CPMF. E temem que, no desespero, o governo exacerbe a tend?ncia de puni??o aos bancos, cujos lucros s?o tidos como abusivos, j? manifestada na recente regulamenta??o e congelamento das tarifas de servi?os. Ou que, em linha similar, aumente a taxa??o sobre os ganhos auferidos com os t?tulos p?blicos internos.

? hip?tese de redu??o do super?vit prim?rio das contas p?blicas se junta ? expectativa j? para 2008 de volta dos d?ficits em transa??es correntes para compor um cen?rio capaz de retardar a concess?o do grau de investimento pelas ag?ncias de rating. Por todos os ?ngulos, a pol?tica monet?ria poder? perder, em sua ofensiva antiinfla??o, parte do valioso aux?lio fornecido pela aprecia??o cambial.

O impasse em rela??o ? CPMF n?o abalaria o DI futuro se o quadro inflacion?rio n?o fosse preocupante. O Boletim Focus divulgado ontem pelo BC, ao consignar em documento oficial integrante do arcabou?o legal do sistema de metas de infla??o a deteriora??o das expectativas, atua como um feedback global do mercado refor?ador do cen?rio pessimista. Por isso, o Focus teve parcela de responsabilidade na alta dos DIs.

As tr?s principais proje??es de IPCA - para os acumulados de 2007 e 2008 e para os pr?ximos 12 meses - praticamente se alinharam em 4,10%. Mesmo abaixo do centro (4,5%) da meta de infla??o, trata-se de patamar desconfort?vel para o Copom e para o mercado, pois reduz a margem para absor??o autom?tica de solu?os inflacion?rios repentinos. Mas o dado que mais pesou foi a revis?o para cima da estimativa de taxa Selic para o final de 2008. Ao inv?s do juro de 10,25%, que parecia constituir um consenso inamov?vel, as cem institui??es pesquisadas pelo Focus prev?em agora mediana de 10,50%.

Essa vis?o significa o prolongamento at? setembro do ano que vem da " pausa monet?ria " autoimposta pelo Copom . Como a Selic est? hoje em 11,25%, a proje??o de 10,50% para dezembro de 2008 embute n?o mais do que tr?s cortes de 0,25 ponto a serem feitos nas reuni?es do Copom de setembro, outubro e dezembro.

FONTE: Valor Online

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