14/03/2012 - Salário dos executivos é menor nas empresas do Novo Mercado, diz IBGC
SÃO PAULO - A remuneração individual média dos conselheiros das empresas listadas em bolsa aumentou 37,3% em 2010 em relação a 2009, para R$ 315,4 mil anuais, aponta um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Entre os diretores, o salário individual anual médio foi de R$ 1,9 milhão, alta de 34,5% — número que confirma o levantamento realizado pelo Valor em abril do ano passado. A pesquisa do IBGC levou em conta uma amostra que representava 93,14% do valor de mercado total das empresas listadas em maio de 2011, quando foram compilados os dados. Entre os níveis de governança, os menores salários médios, tanto no caso do conselho, quanto a diretoria estatutária, foram observados nas empresas do Novo Mercado. As companhias listadas nesse segmento apresentaram média salarial de R$ 172 mil anuais para conselheiros e R$ 1,8 milhão para diretores. Na outra ponta, as maiores remunerações médias se concentraram no Nível 1 de governança: R$ 753 mil e R$ 2,2 milhões, respectivamente. Os salários médios das empresas no Nível 2 de governança, por sua vez, ficaram em R$ 292,8 milhões e R$ 1,8 milhão, nesta ordem. O estudo foi feito pelo IBGC com base nas informações disponível no item 13 do Formulário de Referência divulgadas em 2011 e referentes ao exercício do ano anterior. A instrução normativa 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornou obrigatória a partir de 2010 a divulgação da remuneração dos administradores tanto em bloco, no item 13.2, quanto termos de valores máximo, mínimo e médio, no item 13.11. A amostra inicial consultada considerava um total de 189 empresas, das quais foram excluídas aquelas que apresentavam erros no preenchimento do formulário de referência e também uma empresa que teve seu registro de companhia aberta cancelada. O IBGC desconsiderou ainda os dados da OGX, do setor de petróleo, sob a alegação de que, devido aos valores muito mais elevados que as demais empresas, poderia haver prejuízos às medidas apresentadas no estudo. Em 2010, a OGX pagou R$ 49,5 milhões à sua diretoria e R$ 52,1 milhões ao conselho de administração. Conforme divulgado pelo IBGC, a disponibilidade de dados aumentou em relação à primeira edição da pesquisa, que contemplava os dados de 2009, por conta da menor incidência de erros no preenchimento do formulário de referência. Houve ainda uma diminuição no número de empresas que não divulgou as remunerações mínima, máxima e média, amparadas pela liminar do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças do Rio de Janeiro (Ibef-Rio). Em 2011, 18,65% das empresas fizeram uso da liminar, contra 24% no ano anterior. E os dados encontrados pela pesquisa mostram que, dentre as companhias analisadas, aquelas que fizeram uso da liminar apresentaram salários maiores em todos os órgãos. No caso dos conselheiros, a média de remuneração das empresas que utilizaram a liminar foi de R$ 375,2 milhões, frente aos R$ 301,6 milhões das empresas que abriam todos os dados. Já em relação à diretoria, a média salarial das empresas que não divulgaram as remunerações mínima, média e máxima foi de R$ 2,6 milhões em 2011, contra o R$ 1,7 milhão pago pelas companhias que não se utilizaram da liminar.
FONTE:
Valor Econômico