IMPORTAÇÃO DE
MERCADORIAS E SERVIÇOS
Recolhimento do Imposto
Sumário
1. MOMENTO DO RECOLHIMENTO
O ICMS incidente na importação de mercadoria ou bem, promovida por pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, mesmo sem habitualidade e ainda que se trate de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, será pago no momento do desembaraço aduaneiro, mediante Darj, em separado para cada operação, código de receita 024-8.
A entrega pelo depositário de mercadoria ou bem importado do Exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço mediante exibição do comprovante de pagamento do ICMS incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo o disposto no tópico 2.
1.1 - Arrematação em Leilão e Aquisição em Licitação
O disposto neste tópico aplica-se, também, à arrematação em leilão e à aquisição em licitação promovida pelo Poder Público, de mercadoria importada e apreendida ou abandonada.
2. MERCADORIAS DESONERADAS DO RECO-LHIMENTO (ISENÇÃO, NÃO-INCIDÊNCIA, ETC.)
A não exigência do pagamento do imposto por ocasião da liberação da mercadoria ou bem, em virtude de isenção, não-incidência, diferimento ou outro motivo, será comprovada mediante apresentação da "Guia para Liberação de Mercadoria Estrangeira sem Comprovação do Recolhimento do ICMS", em relação à qual observar-se-á:
I - a repartição fiscal deverá apor o "visto" no campo próprio da guia;
II - sendo a não exigência do imposto decorrente de benefício fiscal, o "visto" de que trata o inciso anterior somente será aposto se houver o correspondente convênio, celebrado nos termos da Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, com a necessária indicação na guia;
III - quando o despacho se verificar em território deste Estado e a não exigência do imposto se der em razão de diferimento ou por outros motivos previstos na legislação da unidade federada do importador, esta deverá apor o seu "visto", no campo próprio da guia, antes do "visto" de que trata o inciso I.
2.1 - Quantidade e Destinação Das Vias
O documento previsto neste tópico será preenchido pelo contribuinte em 4 (quatro) vias, que, após serem visadas, terão a seguinte destinação:
I - 1ª via: contribuinte, devendo acompanhar a mercadoria ou bem no seu transporte;
II - 2ª e 3ª vias: retidas pelo Fisco deste Estado no momento da entrega para recebimento do "visto", devendo a 2ª via ser remetida, mensalmente, ao Fisco da unidade federada do importador;
III - 4ª via: Fisco Federal, retida por ocasião do despacho ou liberação da mercadoria ou bem.
3. NOTA FISCAL
O estabelecimento importador emitirá a Nota Fiscal relativa a cada importação, em consonância com o disposto no inciso V, do artigo 34, do Livro VI do RICMS, na qual deverá estar consignada a identificação da repartição onde se processar o desembaraço aduaneiro, o número e a data do registro da Declaração de Importação.
O disposto neste tópico não se aplica a importador, pessoa física ou jurídica não contribuinte do ICMS, que deve realizar o transporte da mercadoria ou bem importado até o local de destino, acompanhado dos documentos mencionados no inciso I do tópico 5.
4. DESEMBARAÇO EFETIVADO EM OUTRO ESTADO
Quando o desembaraço aduaneiro for efetivado em outra unidade da Federação e o estabelecimento importador estiver localizado no Estado do Rio de Janeiro, o pagamento do ICMS será efetuado em favor deste Estado, no mesmo agente arrecadador autorizado em que for realizado o pagamento dos gravames federais devidos pela operação correspondente, mediante preenchimento da GNRE, no código de receita 10005-6 - ICMS Importação.
O imposto sobre a importação de mercadoria ou bem caberá à unidade federada onde estiver situado o estabelecimento ou o domicílio do importador.
4.1 - GNRE
A GNRE, instituída pelo artigo 88 do Convênio Sinief nº 6/89, será preenchida em 3 (três) vias, com a seguinte destinação:
1. 1ª via: será remetida pelo agente arrecadador autorizado ao Fisco do Estado de Rio de Janeiro;
2. 2ª via: ficará em poder do contribuinte;
3. 3ª via: será retida pelo Fisco Federal.
5. DOCUMENTOS QUE DEVEM ACOMPANHAR O TRANSPORTE
O transporte da mercadoria ou bem importado até o estabelecimento do importador ou responsável deve estar acompanhado dos seguintes documentos:
I - quando se tratar de transporte em uma única vez ou por ocasião da primeira remessa, no caso de transporte parcelado:
1. extrato da Declaração de Importação;
2. respectivo Comprovante de Importação;
3. 2ª (segunda) via do Darj ou da GNRE, ou 1ª (primeira) via da Guia para Liberação de Mercadoria Estrangeira sem Comprovação do Recolhimento do ICMS, conforme o caso;
II - quando se tratar de transporte parcelado, a partir da segunda remessa, além das cópias dos documentos relacionados no inciso I, pela 1ª (primeira) e 4ª (quarta) vias da Nota Fiscal referente à parcela remetida, na qual serão mencionados o número e a data da Nota Fiscal referida no tópico 3.
6. ESCRITURAÇÃO FISCAL
Na escrituração das operações de que trata este trabalho, será observado o seguinte:
I - no livro Registro de Entradas serão lançadas:
1. a Nota Fiscal relativa à operação, nas colunas "Operações com Crédito de Imposto" ou "Operações sem Crédito do Imposto", conforme o caso;
2. a Guia para Liberação de Mercadoria Estrangeira sem Comprovação do Recolhimento do ICMS relativa à operação, na coluna "Observações", na mesma linha de lançamento da respectiva Nota Fiscal (entrada);
II - no livro Registro de Apuração do ICMS serão lançados:
1. no item "Outros Débitos", o valor total do imposto devido referente às importações realizadas no período e no item "Deduções", o valor total do imposto pago referente às importações efetuadas no período;
2. a indicação, em "Observações", do Darj ou da GNRE relativos às importações realizadas no período.
Quando se tratar de entrada de mercadoria que deva ser escriturada com direito a crédito do imposto, este crédito pode ser apropriado no período de apuração em que ocorrer o recolhimento, ainda que a entrada efetiva da mercadoria se dê em período seguinte.
7. TRANSPORTE POR EMPRESA DE "COURIER"
A mercadoria ou bem contido em encomenda aérea internacional transportada por empresa de courier ou a ela equiparada, até sua entrega no domicílio do destinatário, será acompanhada pelo Conhecimento de Transporte Aéreo Internacional (AWB), fatura comercial e, quando devido o ICMS, pelo comprovante de seu pagamento, observadas as demais disposições contidas no artigo 176 do Livro VI do RICMS.
8. UTILIZAÇÃO DE SALDOS CREDORES PARA COMPENSAÇÃO DO RECOLHIMENTO
O ICMS incidente na importação de mercadoria ou bem pode ser compensado mediante a utilização de saldos credores acumulados de que seja detentor o importador, nos termos da legislação própria.
9. REGIME ESPECIAL DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA
No caso de mercadoria importada do Exterior sob o regime especial aduaneiro de admissão temporária, o imposto será devido se:
I - houver cobrança proporcional pela União, dos impostos federais;
II - a mercadoria permanecer no território nacional após expirado o prazo da admissão temporária;
III - a mercadoria for alienada antes de expirado o prazo da admissão temporária.
Na hipótese do inciso I, a base de cálculo do ICMS será reduzida do mesmo percentual utilizado pela Receita Federal para o cálculo dos seus impostos. Tal redução somente se aplica aos casos em que a importação se realizar pelos portos ou aeroportos do Estado do Rio de Janeiro.
Ocorrendo inadimplemento das condições do regime especial, o ICMS tornar-se-á exigível desde a data da entrada em território nacional, com os acréscimos previstos em lei.
Por ocasião da aposição do "visto" a que se refere o inciso I, o importador deve apresentar o "Termo de Responsabilidade" (TR) devidamente visado pelo Fisco Federal.
10. RETORNO DE MERCADORIA REMETIDA AO EXTERIOR
No retorno de mercadoria remetida para o Exterior para conserto, reparo ou restauração, sob o Regime Aduaneiro de Exportação Temporária, o contribuinte deverá apresentar à repartição fiscal os seguintes documentos:
I - Guia para Liberação de Mercadoria Estrangeira sem Comprovação do Recolhimento do ICMS, indicando como tratamento tributário a não-incidência;
II - cópia do Registro de Exportação em que conste a concessão do referido regime;
III - cópia da Declaração de Importação que comprove ser a mercadoria importada a mesma que foi objeto da exportação temporária.
O tratamento tributário previsto neste tópico não dispensa o recolhimento do ICMS incidente sobre os materiais empregados na execução dos serviços.
11. MODELO DA GUIA PARA LIBERAÇÃO DE MERCADORIA ESTRANGEIRA SEM COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO DO ICMS
Fundamentação Legal:
arts. 1º a 14 do Livro XI do RICMS