ASSUNTOS CONTÁBEIS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Índices

Sumário

1. A IMPORTÂNCIA DOS ÍNDICES NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O índice é uma relação entre as contas do mesmo grupo ou entre as contas de grupos diferentes que compõem as Demonstrações Financeiras. Através da utilização dos índices, o analista tem uma visão mais detalhada da situação econômica ou financeira da empresa.

No entanto, é bom lembrar que não é só a análise através de alguns índices que se tem um resultado final sobre o desempenho da empresa. Para que se possa fornecer um laudo final, o profissional precisa utilizar-se de vários componentes de análise específicos sobre a estrutura financeira e econômica da empresa, bem como estabelecer comparações com os índices apurados em outras empresas que exploram a mesma atividade econômica da empresa analisada.

2. GRUPOS DE ÍNDICES

Para análise das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar os seguintes grupos de índices:

a) híndices de liquidez - medem a capacidade financeira da empresa em pagar seus compromissos.

b) índices de estrutura - indicam a segurança oferecida pela empresa aos seus credores que representam o capital alheio, bem como revelam a sua política de obtenção de outros recursos e suas respectivas alocações.

c) índices de rentabilidade - interpretam o desempenho global da empresa, medindo a capacidade da geração de lucros.

3. CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

O Capital Circulante Líquido representa a capacidade financeira da empresa a curto prazo. Quando este índice é positivo, indica que a empresa tem capacidade de pagar suas dívidas a curto prazo, e ainda financiar suas atividades com recursos próprios.

O Capital Circulante Líquido é encontrado através da seguinte fórmula:

CCL = AC - PC

 

Onde:

Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante tem-se um Capital Circulante Líquido próprio

Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante tem-se um Capital Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

Quando o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante, tem-se um Capital Circulante Líquido Nulo.

4. ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez indicam a estrutura da situação econômica da empresa. A empresa que apresenta bons índices de liquidez demonstra possuir capacidade de pagar os seus credores.

Os principais índices de liquidez são:

a) liquidez corrente;

b) liquidez imediata;

c) liquidez seca;

d) liquidez geral.

4.1 - Liquidez Corrente

Através deste índice pode-se verificar a capacidade da empresa em pagar seus compromissos a curto prazo, ou seja liquidar as dívidas com vencimentos ao longo do exercício seguinte.

O índice de liquidez corrente é encontrado através da seguinte fórmula:

PASSIVO CIRCULANTE = ATIVO CIRCULANTE
PASSIVO CIRCULANTE

ou

LC = AC
PC

O índice de liquidez corrente indica quanto a empresa tem no Ativo Circulante para cada Real (R$ 1,00) de Passivo Circulante. Sempre que o índice for superior a 1, existe um capital circulante positivo, ou seja, quanto maior este índice, melhor a situação da empresa.

4.2 - Liquidez Imediata

Também conhecida como liquidez instantânea, este índice avalia o poder da empresa em pagar de uma só vez todas as suas obrigações com vencimentos ao longo do exercício seguinte (curto prazo).

A liquidez imediata ou instantânea será calculada através da seguinte fórmula:

LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONIBILIDADES
PASSIVOCIRCULANTE

Este índice compreende a relação das disponibilidades imediatas com que a empresa conta para liquidar suas obrigações vencidas e não pagas, bem como as que vencerão dentro do exercício seguinte.

A liquidez imediata apresenta sempre um índice inferior a 1, pois não é considerado normal a empresa manter um saldo de caixa, ou um saldo de bancos em nível elevado, para garantir os pagamentos que vencerão ao longo do exercício seguinte.

4.3 - Liquidez Seca

O índice de liquidez seca mede a capacidade da empresa em pagar seus compromissos a curto prazo, utilizando o seu Ativo Circulante deduzido do valor dos estoques.

O índice de liquidez seca será encontrado mediante utilização da seguinte fórmula:

LIQUIDEZ SECA = ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES
PASSIVO CIRCULANTE

Indica quantos reais a empresa dispõe no Ativo Circulante sem considerar os estoques , para pagar suas dívidas a curto prazo. Quanto maior for este índice, melhor para a empresa.

Deve-se levar em conta que um excessivo estoque pode comprometer a liquidez da empresa, na hipótese de uma lenta rotação dos mesmos.

4.4 - Liquidez Geral

O índice de liquidez geral mede a capacidade da empresa em pagar seus compromissos a curto e longo prazos, utilizando para tanto, seu Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo.

O índice de liquidez geral é calculado usando-se a seguinte fórmula:

LIQUIDEZ GERAL AC + RLP
PC + ELP

Onde:

Se o índice for superior a 1, a situação da empresa é favorável, e revela a existência de capital de giro próprio. Caso o índice seja inferior à unidade, considera-se como uma situação desfavorável, pois evidencia que a empresa vem recorrendo demais a capitais de terceiros.

Ressalte-se que esse índice, mesmo mostrando uma situação favorável para a empresa, deverá ser comparado com índices de outras empresas do mesmo ramo de atividade, pois só assim pode-se tirar conclusões satisfatórias sobre os mesmos.

5. ÍNDICES DE ESTRUTURA

Os índices que compõem esse grupo (estrutura dos capitais: capital próprio e capital de terceiros) procuram mostrar a política de decisões financeiras da empresa, em termos de obtenção e aplicação de recursos.

Os índices de estrutura são:

a) Endividamento geral

b) Composição do endividamento

c) Imobilização do capital próprio

d) Imobilização de recursos permanentes (não correntes)

5.1 - Endividamento geral

O endividamento geral pode ser dividido em:

a) garantia de capitais de terceiros

Esse índice procura mostrar a relação entre o capital de terceiros (Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo) com o capital próprio (patrimônio líquido).

O objetivo é levantar a proporção entre o capital próprio e o capital de terceiros, que visa aquilatar a política de obtenção e aplicação de recursos adotada pela empresa.

Quanto maior este índice, melhor para a empresa, pois demonstra que o capital próprio supera o capital de terceiros.

Obtém-se a garantia de capital de terceiros (GCT) através da seguinte fórmula:

GCT = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVO EXIGÍVEL

Obs.: Passivo exigível = Passivo circulante + Passivo exigível a longo prazo.

b) Grau de endividamento - endividamento geral

Este índice indica a dependência de recursos de terceiros (passivo exigível) no financiamento do ativo.

O grau de endividamento ou endividamento geral é encontrado através da seguinte fórmula:

ENDIVIDAMENTO GERAL = PC + ELP
AT

Onde:

5.2 - Composição do endividamento

Esse índice mostra a participação de dívidas a curto prazo em relação à exigibilidade total.

As dívidas a curto prazo são aquelas cujos vencimentos ocorrem dentro do exercício seguinte; já as dívidas a longo prazo (exigível a longo prazo) têm vencimentos após o término do exercício seguinte, dando uma maior folga para a empresa.

A composição do endividamento é representada pela fórmula:

COMP. DO ENDIVIDAMENTO = PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL

5.3 - Imobilização do Patrimônio Líquido

Estes índices são também conhecidos como índices de Imobilização do Capital Próprio, e mostram quanto do Patrimônio Líquido foi investido no grupo do Ativo Permanente, e nos subgrupos: Imobilizado e Investimentos.

Os índices de Imobilização do Capital Próprio são encontrados através das seguintes fórmulas:

IMOBILIZAÇÃO DO P. LÍQUIDO = ATIVO PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

 

IMOBILIZAÇÃO TOTAL = ATIVO PERMANENTE - DIFERIDO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

 

IMOBILIZAÇÃO TÉCNICA = IMOBILIZADO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

 

IMOBILIZAÇÃO FINANCEIRA = INVESTIMENTOS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Deve-se observar que um alto grau de imobilização pode comprometer a liquidez da empresa, portanto é interessante que a mesma mantenha um Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Permanente e que haja sobra para financiar o seu Ativo Circulante, ou seja, quanto menor este índice é melhor para a empresa.

5.4 - Imobilização de Recursos Permanentes

Esse índice demonstra qual o percentual de recursos não correntes (Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido) que foram destinados à aplicação no Ativo Permanente.

A Imobilização de Recursos Permanentes também é conhecida como imobilização de recursos não correntes e encontra-se por meio da fórmula:

IMOB. REC. PERMANENTES = AP
ELP + PL

Onde:

6. ÍNDICES DE RENTABILIDADE

A rentabilidade mostra quanto o capital investido rendeu, indicando assim qual a situação econômica da empresa.

São índices de rentabilidade:

a) giro do ativo;

b) margem líquida;

c) margem bruta;

d) margem operacional;

e) rentabilidade do ativo;

f) rentabilidade do patrimônio líquido;

Os índices de rentabilidade são de interesse dos sócios que, através deles, verificam a remuneração do capital aplicado. Também os bancos e fornecedores têm interesse na rentabilidade da empresa, uma vez que medem a capacidade de pagamentos de dívidas assumidas.

6.1 - Giro do Ativo

Este quociente mede o volume de vendas em relação ao investimento total.

É encontrado utilizando-se a fórmula:

GIRO DO ATIVO = VENDAS LÍQUIDAS
ATIVO TOTAL

Obs.: o valor das vendas líquidas é encontrado da seguinte forma:

A obtenção de uma lucratividade satisfatória depende do volume de vendas efetuadas, que servirão para cobrir os custos e despesas e, ainda, proporcionar uma boa margem de lucro. Portanto, quanto maior for o giro do ativo, melhor para a empresa.

6.2 - Margem Líquida

A margem líquida indica a lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento líquido.

Quanto maior for este quociente, maior será a lucratividade da empresa, pois ele indica quanto a empresa ganhou em cada real de vendas líquidas realizadas.

A margem líquida é encontrada usando-se a fórmula:

MARGEM LÍQUIDA = LUCRO LÍQUIDO
VENDAS LÍQUIDAS

6.3 - Margem bruta

Este quociente revela o percentual remanescente da receita líquida, após a dedução do custo das mercadorias vendidas; assim sendo, quanto maior se apresentar este índice, melhor para a empresa.

A margem bruta é determinada pela fórmula:

MARGEM BRUTA = LUCRO BRUTO
VENDAS LÍQUIDAS

Obs.: O lucro bruto é determinado da seguinte forma:

6.4 - Margem Operacional

Este coeficiente identifica o desempenho operacional da empresa, medido exclusivamente em função das operações normais da mesma.

Vale salientar que tal coeficiente corresponde ao ganho puro, não sendo computadas despesas e receitas financeiras.

A margem operacional é determinada através do uso da fórmula:

MARGEM OPERACIONAL = LUCRO OPERACIONAL
VENDAS LÍQUIDAS

Obs.: o lucro operacional corresponde ao seguinte valor:

6.5 - Rentabilidade do Ativo

Este índice procura mostrar quanto a empresa obtém de lucro líquido em relação ao ativo.

Superior a 1, indica que a lucratividade superou as aplicações do ativo.

Sendo inferior a 1, indica que a lucratividade não foi à altura para cobrir o valor investido na empresa.

A rentabilidade do ativo é encontrada através da fórmula:

RENTABILIDADE DO ATIVO = LUCRO LÍQUIDO
ATIVO~TOTAL

6.6 - Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL)

Este índice mostra qual a taxa de rendimento do capital próprio. O resultado pode ser comparado com outros rendimentos do mercado financeiro como: poupança, ações, etc.

A rentabilidade do patrimônio líquido é encontrada através da fórmula:

RPL = LUCRO LÍQUIDO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO

 

* PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO = PL INICIAL + PL FINAL
2

6.7 - Rentabilidade Líquida do Capital Investido em Estoques (RLCIE)

Este índice é importante para se determinar o rendimento do capital aplicado em estoques.

Esta rentabilidade é encontrada pela fórmula:

RLCIE = LUCRO LÍQUIDO DE VENDAS
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

7. ÍNDICES DE ROTATIVIDADE

Os quocientes de rotação indicam o número de vezes que o elemento girou no período (ano, meses).

São índices de rotatividade;

a) Rotação dos estoques

b) Prazo médio de recebimentos

c) Prazo médio de pagamentos

7.1 - Rotação dos Estoques

A rotação dos estoques pode ser calculada sobre o estoque de mercadorias, matéria-prima, produtos em elaboração e indica quantas vezes o estoque é totalmente vendido, e novamente adquirido.

Para o cálculo da rotação dos estoques é necessário que os mesmos sejam avaliados pelo custo de aquisição ou produção, e que seja determinada uma média para os estoques durante o período.

A rotação dos estoques é determinada através da fórmula:

ROTAÇÃO = CUSTO DAS VENDAS
ESTOQUES MÉDIO DAS MERCADORIAS

 

ESTOQUE MÉDIO = ESTOQUE INICIAL + ESTOQUE FINAL
  2

O resultado encontrado, quando usa-se a fórmula da rotação dos estoques, indica quantas vezes o estoque foi renovado.

Para avaliar o desempenho da empresa, é necessário fazer comparações entre empresas do mesmo ramo de atividade.

7.1.1 - Prazo Médio de Rotação dos Estoques (PMRE)

O prazo médio da rotação dos estoques poderá ser informado em dias, meses, semanas, etc.

Tal dado poderá ser encontrado utilizando-se a fórmula:

PMRE = DIAS DO PERÍODO = nº Médio de Dias
ROTAÇÃO DOS ESTOQUES

ou ainda:

PMRE = SALDO MÉDIO DE ESTOQUE = nº Médio de Dias
CUSTO DAS VENDAS
Nº DE DIAS DO PERÍODO

7.2 - Rotação de Duplicatas a Receber (RDR)

Este quociente demonstra quantas vezes o saldo médio de duplicatas a receber ou clientes foi renovado no período.

Quanto maior o quociente, mais rápido ocorre a renovação das duplicatas a receber. Isto significa que os clientes estão liquidando suas dívidas mais rapidamente.

Uma diminuição deste quociente não é interessante para a empresa, significando que os clientes estão demorando para pagar suas duplicatas.

Para o cálculo da rotação das duplicatas a receber, usa-se a seguinte fórmula:

RDR = VENDAS BRUTAS A PRAZO
SALDO MÉDIO DE DUPLICATAS A RECEBER*

 

*SMDR = SIDR + SFDR
2

Onde:

O resultado encontrado indica quantas vezes houve a renovação de duplicatas a receber.

7.2.1 - Prazo Médio de Recebimento (PMR)

O prazo médio de recebimento das duplicatas indica em quantos dias em média ocorre o recebimento das duplicatas de emissão da empresa e pode ser calculado usando-se a fórmula:

PMR = Nº DE DIAS DO PERÍODO = Nº DE DIAS
ROTAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER

ou ainda:

PMR = SALDO MÉDIO DE DUPLICATAS A RECEBER = Nº DE DIAS
RECEITA BRUTA DE VENDAS A PRAZO
Nº DE DIAS DO PERÍODO

7.3 - Rotação de Duplicatas a Pagar (RDP)

Este quociente demonstra quantas vezes o saldo médio de duplicatas ou fornecedores a pagar foi renovado no período.

Quanto maior for o quociente da rotação, mais rápido a empresa está pagando seus fornecedores, o que pode representar um ponto desfavorável para a empresa. Uma redução na rotação indica que a empresa está atrasando seus pagamentos ou tendo um prazo maior para pagamento junto a seus fornecedores.

O cálculo da rotação de duplicatas a pagar será feito através da seguinte fórmula:

RDP = TOTAL DAS COMPRAS A PRAZO
SALDO MÉDIO DE DUPLICATAS A PAGAR

 

*SMDP = SIDP + SFDP
2

Onde:

7.3.1 - Prazo Médio de Pagamentos (PMP)

O prazo médio de pagamentos indica em quantos dias em média ocorre o pagamento de duplicatas emitidas por fornecedores.

Este prazo pode ser calculado através da seguinte fórmula:

 

PMP = Nº DE DIAS DO PERÍODO = Nº DE DIAS
ROTAÇÃO DE DUPLICATAS A PAGAR

ou ainda:

PMP = SALDO MÉDIO DE DUPLICATAS A PAGAR = NºDE DIAS
VALOR BRUTO DAS COMPRAS A PRAZO
Nº DE DIAS DO PERÍODO

8. RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (ROI)

Este índice determina a capacidade da empresa em obter lucros com seus ativos. Quanto maior este índice, melhor para a empresa.

Pode ser calculado usando a seguinte fórmula:

ROI = LUCRO LÍQUIDO APÓS O IMPOSTO DE RENDA
ATIVO TOTAL

ou ainda:

9. RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RSPL)

Este índice determina a remuneração do capital próprio aplicado na empresa.

É importante para que os acionistas/investidores tenham uma noção de qual o rendimento oferecido pela empresa.

Pode ser calculado usando a seguinte fórmula:

RSPL = LUCRO LÍQUIDO APÓS O IMPOSTO DE RENDA
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

10. LUCRO POR AÇÃO

Este índice mede o ganho potencial das ações dado que o lucro líquido do exercício não é todo distribuído. Através dele os acionistas/investidores avaliam os resultados apresentados pela empresa em relação às ações em seu poder.

O lucro por ação é determinado através da fórmula:

LUCRO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO
Nº DE AÇÕES EMITIDAS

11. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO

Este índice indica a parcela do capital próprio da empresa que compete às ações emitidas. Constitui a expressão de quanto caberia a cada fração do total do Capital Social, na hipótese de serem realizados todos os valores componentes do Ativo, bem como liquidadas todas as obrigações de acordo com os saldos informados no Balanço Patrimonial.

O valor patrimonial da ação poderá ser encontrada através da fórmula:

VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Nº DE AÇÕES EMITIDAS

12. RELAÇÃO PREÇO/LUCRO

Este índice expressa o número de anos que seria necessário para o investidor obter o retorno do capital aplicado na aquisição de ações.

Ele permite avaliar a cotação da ação em relação ao lucro por ação.

A relação preço/lucro é obtida através da fórmula:

PREÇO/LUCRO = VALOR DE MERCADO DA AÇÃO
LUCRO POR AÇÃO

13. DIVIDENDO POR AÇÃO

Este índice indica quanto do lucro distribuído deverá caber a cada ação.

É encontrado através da fórmula:

DIVIDENDO POR AÇÃO = DIVIDENDOS PAGOS
  Nº DE AÇÕES

14. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF)

A alavancagem financeira representa a capacidade da empresa em aumentar o seu lucro líquido usando a estrutura de financiamento.

Este índice poderá ser encontrado através da seguinte fórmula:

GAF = RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO
RETORNO SOBRE O ATIVO

15. GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO)

O grau de alavancagem operacional representa a variação percentual nos lucros operacionais, relacionada com uma determinada variação percentual no volume de vendas.

Isto é possível levando-se em conta a possibilidade de haver um aumento no nível de atividade sem no entanto expandir seus ativos fixos, mantendo-se a estabilidade dos custos fixos.

O Grau de Alavancagem Operacional é encontrado através da fórmula:

GAO = PV - CV)
Q(PV - CV)-CF

Onde:

16. GRAU DE SOLVÊNCIA

O grau de solvência demonstra a capacidade da empresa em liquidar suas obrigações no caso de falência.

Para determinação da solvência geral, usa-se a fórmula:

SOLVÊNCIA GERAL = ATIVO TOTAL
PASSIVO EXIGÍVEL

Se o índice for maior do que 1, pode-se dizer que a empresa é solvente.

Se o índice for menor do que 1, pode-se dizer que a empresa é insolvente.

Ressaltamos que, neste trabalho, elencamos as fórmulas mais utilizadas para análise das Demonstrações Financeiras sobre as quais tecemos alguns comentários, sem a intenção de esgotar o assunto. No entanto, para que o profissional possa expedir um laudo sobre a situação financeira da empresa, não basta apenas aplicar as fórmulas aqui publicadas, ou seja, deverão ser analisados outros aspectos econômicos e financeiros da empresa, bem como estabelecer comparativos com outras empresas que exploram a mesma atividade econômica da empresa analisada.

 

AUMENTO DE CAPITAL COM LUCROS ACUMULADOS E RESERVA DE CORREÇÃO MONETÁRIA
Alteração Contratual - Contabilização

Sumário

1. INTRODUÇÃO

Na sociedade por quotas de responsabilidade limitada, os sócios podem decidir por aumentar o capital social, utilizando o saldo das contas de lucros acumulados e reserva de correção monetária.

A conta de reserva de correção monetária registra a correção monetária do capital social integralizado, por ocasião do cálculo da correção monetária de balanço em vigor até 31.12.95.

Por outro lado, a conta de lucros acumulados registra o lucro líquido do exercício, que permanece suspenso, até que os sócios deliberem por sua distribuição ou capitalização.

2. ALTERAÇÃO CONTRATUAL

A capitalização dos valores mencionados depende de alteração do contrato social, onde deverá constar expressamente que a integralização está sendo efetuada com o aproveitamento de lucros acumulados e da reserva de correção monetária e a proporção que cabe a cada sócio.

Transcrevemos abaixo um modelo de cláusula contratual alusiva ao aumento do capital social com a integralização dos lucros acumulados e da reserva de correção monetária do capital:

Cláusula 3ª - O capital social que era de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) fica elevado para R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e dividido em 5.000 (cinco mil) quotas de R$ 10,00 (dez reais) cada uma, assim distribuídas:

Sócio A 2.500 quotas R$ 25.000,00
Sócio B 2.500 quotas R$ 25.000,00

Parágrafo 1º - A responsabilidade dos sócios é limitada à totalidade do capital social.

Parágrafo 2º - O aumento de capital de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), efetivou-se com a incorporação da importância de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) , sendo R$ 10.000,00 (dez mil reais) da reserva de correção monetária do capital social realizado e R$ 10.000,00 (dez mil reais) de lucros acumulados.

Cláusula 4ª - Fica assim alterada a cláusula terceira do contrato social nº 300.000 e modificações posteriores, continuando em pleno vigor as demais cláusulas não modificadas pela presente alteração."

3. CONTABILIZAÇÃO

Com base nos dados acima, o registro contábil correspondente ao aumento do capital social mediante aproveitamento do saldo da conta de reserva de correção monetária do capital e do saldo de lucros acumulados, na data do instrumento de alteração contratual, será o seguinte:

C - CAPITAL SOCIAL (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) VALOR = 10.000,00

Valor ref. ao aumento do Capital Social mediante aproveitamento do saldo da reserva de correção monetária do capital, conforme cláusula 3ª do instrumento de alteração contratual registrado na Junta Comercial do Estado ......, sob o nº ....., atribuído proporcionalmente à participação de cada sócio, a saber:

Sócio A R$ 5.000,00
Sócio B R$ 5.000,00
C - CAPITAL SOCIAL (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 10.000,00

Valor ref. ao aumento do capital social mediante aproveitamento do saldo da conta lucros acumulados, conforme cláusula 3ª do instrumento de alteração de contrato social registrado na Junta comercial do Estado...., sob o nº ....., atribuído proporcionalmente a participação de cada sócio a saber:

Sócio A R$ 5.000,00
Sócio B R$ 5.000,00

 


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