04/06/2007 - Mercado se divide entre cortes de 0,50 e de 0,25 ponto para taxa Selic
?H? poucos dias da reuni?o do Copom (Comit? de Pol?tica Monet?ria), boa parte do mercado projeta a execu??o de dois cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual pelo pr?ximos meses. Essa avalia??o, no entanto, est? longe de ser consensual, e mesmo "partid?rios" de cortes dessa tamanho listam boas raz?es para o Comit? manter o ritmo habitual de 0,25 ponto percentual. "A reuni?o do Copom parecer ser a mais dif?cil em termos de previsibilidade dos ?ltimos tempos", avalia o economista-chefe da Modal Asset Management, Alexandre P?voa. A aposta em torno do corte de 0,50 ponto percentual come?ou ainda em abril, na data da ?ltima reuni?o do Copom. O racha de opini?es explicitado na ?poca refor?ou as expectativas de que o Copom poderia acelerar a baixa da Selic, hoje em 12,50%. De abril a maio, os n?meros da economia ajudaram os otimistas. O d?lar caiu abaixo de R$ 2,00 e praticamente arrastou junto a infla??o, permitindo que a equipe econ?mica cumpra com folga a meta para este ano. Ao mesmo tempo, o n?vel de atividade mant?m razo?vel crescimento, e a express?o "v?o de galinha" desapareceu da resenha econ?mica. Esse otimismo, no entanto, ? brecado em departamentos de an?lise de bancos e "assets". Mesmo entre aqueles que acreditam haver espa?o para uma redu??o maior, h? economistas que projetam corte de 0,25 ponto percentual. Entre as justificativas, est? o dito "conservadorismo" do BC, que bloquearia iniciativas mais "radicais". Entre os motivos para o BC manter o ritmo mais vagoroso de cortes, est?o os ind?cios de que a economia est? mais aquecida que o esperado, com poss?veis efeitos colaterais: a massa salarial cresceu e a oferta de cr?dito teve um forte incremento. Em algum momento, essa combina??o poderia impactar nos pre?os, apesar da concorr?ncia dos produtos importados. Economistas tamb?m chamam a aten??o para a abertura da "boca do jacar?" --a disparidade entre o crescimento da produ??o industrial e das vendas no varejo, expressa em curvas que se distanciam num gr?fico. Em outras palavras, trata-se de um desequil?brio entre oferta e demanda que poderia redundar em infla??o l? na frente. "Os indicadores recentes da ind?stria e do com?rcio refor?aram o quadro de recupera??o vigorosa da economia, o que poderia sugerir mais cautela na condu??o da pol?tica monet?ria", atesta Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra. E contesta: "o bom desempenho dos investimentos, no entanto, reduz os temores de um descasamento entre oferta e demanda em um horizonte de curto-m?dio prazo".
FONTE:
Folha de S?o Paulo