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30/11/2018 - Juros baixos devem gerar aumento de crédito para o agronegócio no futuro

A queda da taxa básica de juros brasileira, a Selic, que já está em 6,5% ao ano (o menor nível histórico), deve causar a diminuição dos subsídios do governo aos financiamentos do agronegócio.

Se a taxa de juros ficar estável e em níveis baixos, haverá um aumento da oferta de crédito para o agronegócio. 

Embora a redução dos subsídios possa causar impacto no agronegócio a curto prazo, o mercado deve se ajustar, já que o setor não depende exclusivamente dos incentivos do governo.

Essas foram algumas das apostas que fizeram os participantes do debate que discutiu o crédito rural e novas formas de financiamento, durante o 2º fórum Agronegócio Sustentável.

“A possibilidade de ser um país com uma taxa de juros normal e permitir que o agronegócio cresça acima do teto de recursos do crédito rural é uma grande benesse da queda da Selic. Esse é o benefício de ter um agronegócio sustentável economicamente com a taxa de juros que temos”, afirmou Pedro Fernandes, diretor de agronegócio do Itaú BBA.

Segundo estudo realizado pelo banco, há hoje entre R$ 500 bilhões e R$ 600 bilhões de recursos investidos na cadeia do agronegócio que são financiados pelo sistema bancário brasileiro.

Esse número excede inclusive o valor oferecido pelo Plano Safra, de incentivo ao setor, que é de R$ 194,3 bilhões para o período 2018/2019.

De acordo com o diretor, os resultados do estudo mostram que os bancos privados têm conseguido dar suporte ao crescimento do setor e atender às necessidades dos grandes produtores, menos dependentes do crédito do governo e de recursos direcionados.

O valor apresentado pela pesquisa poderia ser ainda maior, segundo o executivo. Isso porque, para fazer o estudo, o banco não considerou o setor de varejo alimentício, o que é, segundo ele, um critério bastante restritivo.

Além de definir os melhores critérios, uma outra dificuldade para realizar esse cálculo, disse Fernandes, é conseguir medir corretamente o financiamento em dólares disponível para o agronegócio, já que o montante de recursos na moeda que vem por meio do sistema bancário não é mensurado pelo Banco Central.

Fernandes elogiou ainda a eficiência do sistema de distribuição de crédito por cooperativas, que são o principal canal na prestação de assistência técnica aos pequenos e médios agricultores.

Duas mudanças são esperadas para o crédito no médio prazo, segundo Ricardo Ramos, diretor de estratégia e transformação digital do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

“A Selic continuará em um nível mais baixo e diminuirá a volatilidade da taxa de juros do país”, disse o executivo.

A partir dessa mudança, ele afirmou que haverá inclusive uma maior oferta de crédito rural, pois passarão a existir outras fontes de crédito.

Ramos disse também que a estabilidade dos juros no Brasil deverá acontecer de forma semelhante à do processo inflacionário, em que houve um lento convencimento da sociedade de que as taxas elevadas não voltariam.

Uma questão importante para o próximo governo será a definição de quais áreas receberão prioridade dentro dos financiamentos direcionados, que terão recursos restringidos pelo teto de gastos.

Para o representante do BNDES, a sociedade deve se manifestar para a classe política decidir se a concentração de recursos continuará como hoje, se haverá um foco maior em pequenos produtores ou mesmo em produtos de inovação e agricultura de baixo carbono.

Nos próximos anos, com uma lógica econômica mais liberal implantada pelo novo governo, deverá acontecer uma priorização dos investimentos em infraestrutura, com a melhora das redes de transporte, e armazenagem da produção agrícola, segundo Ramos.

O investimento na área é essencial porque, segundo o diretor, apesar de o Brasil ter uma produtividade alta, tem também muitas perdas devido a falhas na estrutura de escoamento dessa produção, principalmente aquela direcionada à exportação.

FONTE: UOL

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