21/09/2018 - Arrecadação desacelera o ritmo e sobe 1,08% em agosto, menor alta mensal em 2018
BRASÍLIA, 21 Set (Reuters) - A arrecadação do governo federal registrou alta real de 1,08% em agosto sobre igual mês do ano passado, a R$ 109,751 bilhões, ainda ajudada pelas receitas com royalties do petróleo, mas no pior ritmo deste ano, divulgou a Receita Federal nesta sexta-feira (21). Esta foi a menor alta mensal registrada em 2018 e veio após expansão de 12,83% em julho. Mesmo assim, representou o melhor desempenho para um mês de agosto desde 2014, quando a arrecadação foi de R$ 120,249 bilhões, em dado corrigido pela inflação. No mês, a receita administrada pela Receita, linha que abarca o recolhimento de impostos, subiu 0,63%, em termos reais, sobre agosto do ano passado, a R$ 107,182 bilhões. No acumulado de 2018, houve crescimento real de 6,94% na arrecadação, a R$ 953,621 bilhões, em meio ao impulso dado pelos royalties do petróleo, embalados pelo avanço do dólar e do preço da commodity no mercado externo. Segundo a Receita, a recuperação econômica também tem contribuído para o desempenho da arrecadação, ainda que o fôlego exibido pela atividade esteja sendo menor que o inicialmente esperado. O governo iniciou 2018 prevendo uma alta de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, a estimativa é de um avanço de 1,6%, sendo que o mercado vê uma expansão ainda mais tímida, de 1,36%, conforme boletim Focus mais recente. Olhando apenas para os impostos, o resultado de agosto foi puxado principalmente pela alta de 10,53% com o recolhimento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), num acréscimo de R$ 1,395 bilhão sobre agosto de 2017. Em apresentação, a Receita avaliou que o avanço se deve à melhora do resultado das empresas, além da redução nos valores compensados contra a estimativa real. Outro destaque foi a elevação de 28,78% no Imposto de Importação e IPI-Vinculado em agosto sobre um ano antes, num ganho de R$ 1,289 bilhão. Nesse caso, a valorização do dólar tem beneficiado a arrecadação, ao aumentar a base sobre a qual incidem os tributos. O valor em dólar das importações cresceu 32,40% em agosto sobre um ano antes, disse a Receita. A moeda norte-americana tem reagido aos desdobramentos da cena externa, com a normalização monetária nos Estados Unidos, e à cena doméstica, em meio às incertezas ligadas às eleições presidenciais de outubro e à capacidade do novo ocupante do Palácio do Planalto de tocar as reformas econômicas. Contando com a alta real da arrecadação neste ano, o governo tem reiterado que cumprirá a meta fiscal, de déficit primário de R$ 159 bilhões para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência).Royalties do petróleo
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FONTE:
UOL