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20/08/2007 - Pre?o de commodities volta ao n?vel de 2004 e afeta balan?a comercial

Cota??o de produtos agr?colas caiu 5,2% desde o in?cio da crise; segmento responde por 37% do super?vit brasileiro

A crise financeira provocada pelas hipotecas de alto risco nos Estados Unidos apressou a acomoda??o dos pre?os das commodities agr?colas e met?licas no mercado internacional e pode interromper a curva de prosperidade da balan?a comercial brasileira, sustentada em parte por esses produtos.

Desde 2003, a alta acumulada nos pre?os das commodities era de mais de 50%, levando em conta ?ndice feito pelo Commodity Research Bureau (CRB) dos EUA a partir dos pre?os em d?lar de 24 produtos agr?colas e n?o agr?colas. Mas, neste ano e no pr?ximo, a perspectiva ? de queda de quase 7% ao ano do indicador, projeta o s?cio da RC Consultores, F?bio Silveira.

"Entramos num terceiro tempo no mercado de commodities e voltaremos no ano que vem para o n?vel de pre?os de 2004", prev?. Entre o in?cio da turbul?ncia, em 26 de julho, quando as bolsas mundiais despencaram, e quinta-feira, a cota??o do n?quel caiu 21,2% na Bolsa de Metais de Londres, seguido pelo zinco, com queda de 16,2%, chumbo (-11,4%), alum?nio (-10,8%) e cobre (-10,4%). Nesse per?odo, as commodities agr?colas recuaram 5,2%.

O economista observa que os pre?os das commodities ainda ficar?o num n?vel razo?vel, mas ter?o acomoda??o, influenciada especialmente pelas commodities met?licas, as mais afetadas num primeiro momento pela desacelera??o do crescimento da demanda global.

"O patamar de pre?os ainda ? alto. Mas esse recuo mostra que o mercado come?a a temer contamina??o na economia real", diz a economista-chefe do banco ABN Amro no Brasil, Zeina Latif. O receio ? o de que a crise de cr?dito nos EUA prejudique o crescimento da economia global, reduzindo fluxos de com?rcio internacional e derrubando pre?os de produtos, principalmente das commodities.

Para Zeina, ainda n?o ? poss?vel saber se a queda representa revers?o definitiva da tend?ncia de cota??es elevadas. Mas, caso se confirme essa mudan?a de n?vel, os mais afetados ser?o os pa?ses emergentes. "Eles vinham surfando na alta das cota??es nos ?ltimos anos."

A queda das cota??es mostra que o f?lego dos pre?os est? curto. "Com exce??o da soja, as commodities agr?colas ca?ram este m?s. Como o Brasil depende das commodities, podemos ser afetados ainda neste ano", prev? o vice-presidente da Associa??o de Com?rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos? Augusto de Castro. "A crise financeira deve interromper a curva de prosperidade da balan?a comercial", diz Silveira. O saldo da balan?a comercial projetado pela RC em US$ 45 bilh?es para este ano, quase 20 vezes superior ao obtido no in?cio desta d?cada, deve recuar para US$ 37 bilh?es em 2008, calcula.

Silveira pondera que ainda h? gordura para queimar, pois o n?vel de reservas internacionais do Brasil ? elevado. Mas destaca que o Pa?s tem de enobrecer a pauta de exporta??es com produtos mais elaborados e com pre?os menos suscet?veis a abalos globais. "N?o podemos ficar limitados a commodities."

Diferentemente de um produto manufaturado, como um carro, as commodities s?o afetadas mais rapidamente pela volatilidade do mercado internacional. "As commodities s?o favor?veis quando se est? num per?odo de boom", diz Silveira. Como o pre?o ? basicamente o mesmo e n?o h? diferencia??o do produto, em per?odo de enfraquecimento da oferta as cota??es se deterioram mais rapidamente do que no caso dos produtos manufaturados, observa.

Dados da Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria (CNA)deixam clara a import?ncia das commodities agr?colas na balan?a comercial brasileira. De janeiro a julho, essas vendas responderam por 36,7% de tudo o que o Pa?s exportou. No mesmo per?odo de 2006, a participa??o havia sido de 35,6%.

IMPACTOS

Nos ?ltimos anos, as exporta??es brasileiras t?m crescido mais por conta da varia??o de pre?os e cota??es do que pelo aumento dos volumes. Foi assim em 2006. As vendas externas cresceram 16%, mas o aumento foi maior nos pre?os dos produtos exportados (12,5%) do que da quantidade (3,3%).

Neste ano, o cen?rio pode se inverter. Os pre?os poder?o ficar abaixo do inicialmente previsto. A Funda??o Centro de Estudos em Com?rcio Exterior (Funcex) projetou que as exporta??es cresceriam 15%, sendo 10% em pre?os e 5% em volume. "Pode ser menos que isso, dependendo dos impactos mais imediatos das turbul?ncias atuais", diz o economista Fernando Ribeiro. Segundo ele, o aumento das exporta??es em 2008 pode ficar comprometido em raz?o de pre?os.

Outro impacto da crise financeira internacional na economia real pode ocorrer na produ??o agr?cola. A pr?xima safra de gr?os come?a a ser plantada em setembro no Centro-Sul e parte dos agricultores ainda n?o vendeu toda a ?ltima colheita.

"O primeiro impacto da crise na agricultura ? a inseguran?a", diz Jos? C?cero Aderaldo, gerente comercial da Cocamar, uma das principais cooperativas do Pa?s. Ele diz que a queda dos pre?os em d?lar das commodities agr?colas foi contrabalan?ada pelo aumento da cota??o em real, gra?as ? subida do d?lar. "? como trocar seis por meia d?zia." Por ora, o impacto da crise n?o alterou a vida dos produtores da cooperativa do Paran?.

FONTE: O Estad?o

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